Entrevista com Vivi Alves

Quem é Vivi Alves?

Sou mineira de Belo Horizonte, tenho 26 anos, atualmente moro em São Paulo - interior, grande admiradora de todas as formas de arte: poesia, música, dança, artes plásticas, teatro, e de forma muito especial sou apaixonada pela moda artesanal.
Tive meu primeiro contato com o artesanato aos 8 anos de idade, quando aprendi os pontos básicos do crochê e tricô com uma vizinha que fazia lindas toalhas de mesa. Eu amava o trabalho dela e ela me ensinou. Mas, despertei mesmo para o artesanato aos 15 anos quando comecei ajudar uma amiga protética a esculpir em cera peças fundidas em ouro ou prata para armação dentária, e tinha também alguns trabalhos feitos em resina. A partir disso comecei a pesquisar materiais diversos montar e vender bijuterias para minhas amigas.

Qual a sua formação profissional?

Tenho formação em decoração de interior, esse curso só contribuiu para que eu pudesse aprender a projetar meus trabalhos, procurar meios de execução e executar. Exemplo disso é que a minha primeira coleção de bijus tinha formas inspiradas em designer de móveis modernos.

Como, quando e porque você começou sua carreira de designer no segmento de bijuterias?

Comecei trabalhando em uma fábrica de bijuteria, na área de produção, em Belo Horizonte, em 2 messes passei a trabalhar no setor de criação da fábrica. Trabalhei um bom tempo nessa fábrica criando modelos para produção em grande escala. Porém, eu tinha necessidade de ir além dos limites que as peças de montagem impunham a minha criatividade, acreditei que o mercado pedia inovação. Então, comecei criando uma linha com meu próprio conceito.

Como você cria e desenvolve suas coleções e quais suas principais características? Quais materiais são utilizados e qual é seu público alvo?

A criação das peças começa com pesquisas da tendência de cada estação . Após essa pesquisa, são definidos: temas, cores, texturas, materiais e formas que serão usados na coleção.
As principais características do meu trabalho são: peças arrojadas e artesanais, estilo de vanguarda, valorização de materiais naturais como: pedras, sementes, madeira, madre pérola, pérolas, cristais, fios de metal, couro e palha. Procuro trabalhar com os melhores materiais que existem no mercado para garantir, além de beleza, qualidade.
Meu público alvo é consumidor de peças exclusivas e designer arrojado.
Atendo a boutique, consumidores finais, faço figurinos para bailarinas de dança do ventre, complementos de sapatos e roupas para festa e noivas.

Você participa de feiras e eventos do setor? Quais feiras? Qual é sua opinião sobre esses eventos?

Já participei de feiras sim, como expositora na Aljóias, e outras de consumidor final no Brasil e exterior através de meus representantes. Também procuro as feiras para ver novos trabalhos, palestras e tendências que estão no mercado.
Os eventos são importantes para divulgação do meu trabalho para informação sobre o que esta acontecendo no mundo da moda.

Qual a sua opinião sobre a moda e o design brasileiro? O que você acha que está faltando e deveria ser melhorado?

A moda Brasileira é rica culturalmente, acredito muito no trabalho do designer brasileiro, somos um povo criativo e temos elementos naturais e culturais nas nossas mãos para fazer trabalhos perfeitos. Falta investimento em cursos e especialização na área de jóias, bijuteria e moda de um moda geral, para diminuir os custos de profissionalização no setor, assim, mais profissionais poderão entrar no mercado. Falta conscientização dos profissionais em fazer uso correto dos elementos naturais que são usados na confecção dos produtos, respeitando os limites da natureza e usando insumos ecologicamente corretos. Falta também valorização da mão-de-obra do artesão.

Como você vê e se comporta com relação ao mercado consumidor de bijuterias? Comente um pouco sobre a competição, cópias etc.

Trabalhar com um produto artesanal hoje é sem dúvida um grande desafio, por que o produto artesanal tem características de produção, qualidade, conceito, diferente dos produtos industrializados que estão hoje em todas as esquinas. Vender um produto artesanal, não é simplesmente vender um produto, é vender uma idéia. O mercado tem espaço para todos que se propõem a fazer algo novo, pode até ser usada uma técnica que já existe, mas o trabalho só é competitivo se tiver algo diferente. Meu trabalho é acima de tudo uma realização pessoal e profissional, a realização financeira é conseqüência.

Planos para o futuro?

Muitos... estou começando a aumentar meus contatos com lojas que trabalhando com roupas de noiva e festa, estou criando uma coleção de tiaras para noivas e complementos para vestidos, estou criando figurinos exclusivos para dançarinas de dança do ventre: cinturão, bustos, gargantilhas, brincos, braceletes ... e, aumentar meus contatos com compradores de outros mercados como Europa.

Como você vê o trabalho do portal das jóias na internet?

Bem atual, dinâmico, rico em informação, abre portas para contatos, isso é de suma importância para os profissionais e todos interessados em saber mais a respeito do setor de jóias, bijuterias e moda.

( Artigo de :
http://www.portaldasjoias.com.br/index.php?Itemid=46&id=71&option=com_content&task=view)